18 setembro 2008

Da Galiza

"Hipopótamo (babilonio)"

Ser un pousón. Ter mundo (subacuático).
Pousón do subacuático, animal de pel mol,
un animal con paxaros no lombo
(no pouquiño do corpo que levanta das augas).

Estar no río (a cousa heraclitana) a catro patas.
Te-las orellas a rentes das augas,
tirar por veces as ventas das augas.
Vivir na lama.

-Je suis l'hipopotame, le veuf, l'inconsolé,
le prince ad aquas, Taine a la tour abolie.


Manuel Outeiriño, in Deposito de Espantos, Edicións Positivas, 1994

NOTA: Esta será, a partir de hoje, uma rubrica frequente neste blog, com o intuito de divulgar alguma da melhor literatura galega, recente e não só. Discussões ortográficas à parte, que eu também tenho as minhas opiniões sobre a norma vigente para o galego e o reintegracionismo, mas esse não é um tema sobre o qual se decida de ânimo leve, os textos serão reproduzidos tal e qual como foram publicados.

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