30 abril 2008

Vinha mesmo a calhar...

...uma ida a Londres, para ver a exposição Blood
on Paper - the Art of the Book
, no Vitoria & Albert
Museum.

28 abril 2008

Ao domicílio

Quem não simpatiza com os habituais lançamentos de livros, com croquetes, beberetes e fretes sociais, pode optar pela modalidade 'lançamento ao domicílio'. Recebe o autor em casa e está o livro lançado. A proposta é de Rui Manuel Amaral, que acaba de publicar Caravana, na recém regressada Angelus Novus.



Mais informações e o contacto para a combinação do lançamento aqui.

27 abril 2008

Novidades da Assírio & Alvim




Chegam esta semana às livrarias. O lançamento de Diário 1941-1943, de Etty Hillesum, está marcado para amanhã, pelas 18h30, com apresentação de Esther Muznick, José Tolentino Mendonça e Nélio Pita. Na terça, Guilherme d'Oliveira Martins apresenta Portugal e os Portugueses, de Manuel Clemente, às 19h. Ambos os lançamentos decorrerão na Livraria Assírio e Alvim (Rua Passos Manuel, 67B, em Lisboa.

Leituras de fim de semana

No Guardian, Peter Conrad escreve sobre The Library at Night , de Alberto Manguel. E no Telegraph, há um dossier que escolhe 50 livros de culto para ler.

24 abril 2008

...o dia inicial inteiro e limpo...

É assim há vários anos: na semana do 25 de Abril, o dono da Livraria Ler (em Campo de Ourique, no Jardim da Parada) esvazia totalmente a montra principal de novidades e destaques recentes e preenche-a com uma espécie de exposição bibliográfica. Ali se encontram exemplares preciosos de livros editados (e proibidos) antes do 25 de Abril, bem como vários autos de apreensão referentes a livros que a Livraria Ler tentou colocar à venda sem que a PIDE deixasse. Alguns terão sido vendidos apesar disso, às escondidas, naturalmente.



Os livros expostos não estão à venda, mas não é o lucro que anima esta exposição anual. Quem se dispõe a 'sacrificar' uma montra inteira de novidades durante uma semana tem, acredito, outras prioridades.

22 abril 2008

Ler



Chega amanhã às bancas!

Caprisone e bolachas araruta (Crónicas do Baú)

O ano era o de 1985, o Dartacão passava aos fins de semana e os iogurtes da Vigor eram quadrados e tinham sabores tão impensáveis como chocolate, avelã ou chila. Com sete anos, as primeiras leituras sem imagens iniciadas há mais ou menos um ano, os meus desejos quotidianos centravam-se na denúncia da maldade de Milady – era urgente que Julieta e o próprio Dartacão percebessem que ela era mesmo má! – e na descoberta de mais livros. Já tinha percebido que a faculdade de juntar letras sem a ajuda de ninguém me permitia longas horas de deambulação por mundos diferentes do meu, onde os iogurtes podiam não ter sabores impensáveis, mas onde eu experimentava e descobria coisas que a casa, a escola e os outros espaços que constituíam o meu horizonte não podiam dar-me. Foi nesse ano que a minha mãe, sócia do Círculo de Leitores há vários anos, descobriu uma colecção de livros infantis que oferecia a passagem dos livros ilustrados, de formatos grandes e quase sem texto para os livros com mais texto do que imagem, com um formato semelhante à maioria dos livros ‘adultos’ que eu via à minha volta. A colecção chamava-se Arlequim e marcou, definitivamente, a minha chegada às leituras que já não necessitavam do apoio das imagens para se tornarem interessantes.



O Pequeno Fantasma, de Orfried Preussler, foi o primeiro livro da colecção a chegar-me às mãos. E a história de um fantasma que habitava um velho castelo e não compreendia porque é que só à noite podia exercer os seus dotes de assombração conquistou a minha devoção à colecção Arlequim. Assim, entre aniversários e natais, seguiram-se mais títulos. Konrad ou O Menino Que Saiu de Uma Lata de Conservas, de Christine Nostlinger, que para além da hilaridade de uma lata de conservas a guardar uma criança (teoria muito mais apelativa do que a história das cegonhas... afinal, nunca se viam cegonhas nos céus de Queluz, e latas de conservas havia-as por todo o lado), oferecia uma certa afirmação de personalidade, mais preocupada com aquilo que somos do que com aquilo que os outros pensam de nós, lição impagável para o crescimento que se desenrolava. Jim Botão e Lucas o Maquinista, de Michael Ende, com a locomotiva Emma levando os dois protagonistas por locais de aventuras, bem como Um Gnomo na Corte do Rei Dólar, de Upton Sinclair, trazendo o tema da devastação das florestas, que na altura parecia tão fantasioso como os gnomos, e falando de ganância e de solidariedade. E, claro, o memorável Emílio e os Detectives, do alemão Erich Kastner (entretanto reeditado na Vega), uma das mais sólidas memórias que guardo da infância e também um dos livros mais importantes do meu percurso de leitora.
Imagino que alguns destes livros tenham esgotado, ou que ainda sobrem exemplares nalgum armazém perdido. Imagino também que a sua reedição não seria disparatada. Se algum editor se quiser aventurar...

21 abril 2008

Cinquenta anos depois: La región más transparente

La región más transparente, de Carlos Fuentes, foi publicado há cinquenta anos e Georgina García Gutiérrez Vélez assinala a importância da obra, um dos livros fundamentais da literatura sul-americana, no Hoja Por Hoja.

Subir e descer o parque II

Quem acompanhou as notícias dos últimos dias, nos jornais e nos blogs, sabe que a confusão continua instalada à volta da Feira do Livro de Lisboa. Apesar disso, a APEL já disse que a Feira abrirá no dia 21 de Maio. Falta saber com que editoras, mas parece que as subidas e descidas do parque estarão asseguradas.

20 abril 2008

Da retórica: a disposição de «Dies irae»

Quando tentamos chegar ao âmago da arte de Mário de Carvalho, no conto «Dies irae» (A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, Caminho,1984), sentimos que o efeito de irrealidade surpreende pela sua aceitação. As personagens da narrativa vão reagindo com alguma normalidade a acontecimentos estranhos e surpreendentes. O falcão que está no quarto do protagonista, ou o grupo de pessoas do bairro que dispara sobre o avião que sobrevoa um bairro lisboeta, são acontecimentos descontextualizados no espaço e na razão de ser. O absurdo é assim provocado pela ausência dos nexos causais necessários para validarem tais situações.
Mas o processo de captação de atenção do leitor passa pela gradação do insólito, que começa de forma ambígua, pela aparição de um animal (aparentemente um réptil) na casa de banho de Teles. A sequência cresce em intensidade com o aparecimento do falcão. Em seguida, as atitudes e discursos das pessoas amplificam a estranheza daquilo que seria um dia normal na rotina repetitiva de um empregado de escritório. A conversa do colega sobre o jogador de futebol que só tem uma perna, a oscilação da entrada de luz natural no restaurante, ou a inútil tarefa que o patrão entrega a Teles na jornada vespertina sustentam uma ideia social de alienação, que atinge o seu clímax quando o colega do protagonista abre a porta de casa e se depara com o céu, optando por ir jantar ao uma cervejaria, em consequência disto. A partir daqui, o desenlace já não espanta o leitor, agora que tudo parece possível: uma sala triangular e uma nova vista da janela.
A disposição interna deste texto actua em coerência com a sua intenção crítica, e por isso apresenta-se tripartida (no que tradicionalmente se designaria por princípio, meio e fim), sem momentos de oposição ou contraste. A ordenação das partes obedece a uma gradação de intensidade que serve o estranhamento como principal relação entre o texto e o leitor. A ordem retórica é seguida para destacar um sentido temático fora da ordem causal suposta ou reconhecível. Neste paradoxo estético reside uma das forças do texto, e na acumulação de situações o seu ritmo. Há que salientar o título, que justifica o estranhamento, devolvendo-o a um universo ficcional lógico. Mas será efectivamente assim? Ou a recuperação do título, no final do conto, terá como efeito transformar a sua totalidade linear numa totalidade circular, conferindo ao pensamento orientador do texto, à sua intenção, uma posição mais clara? A crítica da passividade, da mesquinhez, mediocridade e indiferenciação dos indivíduos torna-se mais veemente pelo percurso original que o leitor tem de seguir. O tema, por si só, não bastaria para dimensionar o conto como objecto literário. Já a sua construção, não deixa dúvidas.

19 abril 2008

Leituras de fim de semana

O suplemento Babelia, do El País, tem um enorme dossier dedicado aos quarenta anos do Maio que mudou o mundo (pelo menos, uma parte considerável do mundo). Para ler aqui.

Em viagem

O 3º encontro Literatura em Viagem começou hoje, pela manhã, em Matosinhos, e prolonga-se até ao próximo dia 23. As primeiras mesas de conversa e debate estão marcadas para esta tarde. O programa pode ser consultado aqui.

18 abril 2008

Sexta

Há muitas sextas-feiras que não estava em casa, com algum tempo disponível para a leitura calma que os jornais pedem. Hoje estou, mas a chuva ainda não parou durante os minutos necessários para eu ir ali buscar os jornais e voltar. E já sei, desde ontem, que a edição de O Homem Sem Qualidades faz capa do Ípsilon, o que só aguça a urgência de sair...

17 abril 2008

Leituras

No blog de livros do Guardian, Belinda Webb escreve sobre a morte no romance vitoriano. Para ler aqui.

Subir e descer o Parque...

Parece que é hoje que vai saber-se alguma coisa sobre a Feira do Livro. Lá mais para a tarde, ou mesmo pela noitinha, que afinal parece que ainda falta muito tempo...

15 abril 2008

Orange

A contagem decrescente para o anúncio do Orange Prize deste ano está a ficar renhida. O resultado final será anunciado no próximo dia 4 de Junho.

14 abril 2008

Agilidade

Tenho alguns livros empilhados junto ao cadeirão, dois ou três sítios livrescos para visitar em breve e muitos jornais em atraso. Contava escrever algumas coisas hoje à noite, mas depois de uma jornada de dez horas de trabalho os neurónios não estão com a agilidade que a escrita requer. Ficará para amanhã...

13 abril 2008

Leituras de fim de semana

Escritores do mundo árabe falam sobre a literatura dos respectivos países. Para ler no Guardian on-line, aqui.

10 abril 2008

Sublinhados XIV

"E é aqui que apetece fazer outra pergunta: Podemos mudar as coisas, combater a pobreza, as injustiças, a discriminação - de que não gostamos -, sem que mudem os objectos com que convivemos, que usamos, que consumimos, que temos, sem que esses objectos se tornem ARTE, sem que a ARTE mude de terreno e mude de formas? Podemos contentar-nos com a NÃO-ARTE dominante de todos os dias, olhando para ela sem a ver, como coisa que não é importante, que não faz bem parte do mundo e, portanto, que não faz mal ao mundo?"

Eduarda Dionísio. Artes Públicas e Privadas: Modos de Aprender e Usar (Abril em Maio, 1997, p.11)

09 abril 2008

Letras em Lisboa

Já vem atrasado o anúncio, mas ainda assim vale a pena conhecer o que está para vir:



O programa completo está disponível aqui.

08 abril 2008

Autores da Campo das Letras

Esta semana, a Campo das Letras apresentará três livros do seu catálogo em diferentes locais.
Na quinta-feira, dia 10, pelas 18h30, Helder Pacheco apresenta o livro Índice Geral de O TRIPEIRO, organizado por Carmo Ferreira, na Associação Comercial do Porto (Palácio da Bolsa, na Rua Ferreira Borges - Porto).



No mesmo dia, pelas 19h, Jorge Lino e António Ferra lerão poemas de Palavra Passe, de António Ferra, na Livraria Círculo das Letras (Rua Augusto Gil, 15 B - Porto).



E na sexta-feira, dia 11, às 19h, Beja Santos apresentará o romance Montparnasse - Até ao Esgotamento das Horas, de Vasco de Castro, no restaurante O Zé (Av. N.ª Sra. da Esperança, 190 - Fontanelas - Sintra).

Judith Teixeira nas Varicelas

As referências a Judith Teixeira não abundam nas histórias da literatura, e as que se registam não vão além de alguns dados biobibliográficos e das inevitáveis remissões para o escândalos que os seus livros provocaram na época. Algures pelo segundo ano da faculdade, preparava um trabalho sobre a sua poesia quando constatei a escassez de informação. Na altura, isso aumentou o desafio, mas nem as idas à Biblioteca Nacional e o vislumbre de uns livros velhinhos e de capas em pleno processo de desintegração permitiram saber muito mais. Restava o livro de Poemas publicado pela & Etc, onde o Vítor Silva Tavares assinava um prefácio esclarecedor sobre a pequenez das mentes contemporâneas de Judith Teixeira, mesmo a de algumas de quem se esperaria maiores capacidades.
Há poucos dias, na Letra Livre, a surpresa de uma edição recente de Judith Teixeira: Satânia. Novelas, um livrinho que reúne duas novelas da autora sob o título da primeira delas, originalmente publicado em 1927 pela Editores Livraria Rodrigues & Cª e desde então não mais reeditado. Agora volta a conhecer a letra de forma pela mão das edições Varicelas, projecto que desconhecia até o google me revelar o seu blog, o Antessala, onde se pode conhecer um pouco do ‘espírito’ que anima o seu trabalho.
A colecção onde se insere este primeiro título das Varicelas chama-se, apropriadamente, ‘Pira Pública’ e a edição e actualização do texto teve a mão, sempre certeira, de Luís Manuel Gaspar. Venham mais destes!

(Não reproduzo a capa porque é totalmente branca. As referencias ao título, autora e editora encontram-se na lombada. Fica feito o aviso para quem queira encontrar um exemplar nas livrarias.)

07 abril 2008

Ler a correr

A edição de Abril do Hoja Por Hoja publica a segunda parte do artigo de Elizabeth Flores Rodriguez sobre a leitura apressada, concluindo que quem quer ler depressa (e até faz cursos para isso!) tem pouco interesse pela leitura. Para ler, com calma, aqui.

Olga Roriz



Mais logo, pelas 18h30, no Jardim de Inverno do S. Luiz, é apresentado o livro Olga Roriz, de Mónica Guerreiro (Assírio e Alvim).

06 abril 2008

Flashes alheios

O Irmão Lúcia andou por Londres e trouxe fotografias catitas de livrarias ainda mais catitas.

05 abril 2008

Leituras de fim de semana

No Babelia, uma entrevista com Pascal Quignard.

Jovens Criadores

As inscrições para o concurso Jovens Criadores 2008 (que inclui a literatura como uma das categorias possíveis) estão abertas até ao dia 12 de Maio. Masi informações aqui.

03 abril 2008

Sublinhados XIII

"A Lulu tinha um costume tão desagradável como uma impigem e muito mais extraordinário. Quando saía à rua havia pessoas que lhe diziam que ela era muito fresca e de tal maneira se convenceu disso e cultivou a sua frescura que as pessoas, quando passava, não tinham outro remédio senão dizer-lhe que a achavam muito fresquíssima, de modo a fazê-la ficar absolutamente satisfeita."

António Pedro, Apenas Uma Narrativa (Quasi Edições, p.29)

Duplo lançamento

É amanhã, na SPA, o lançamento do último livro de poesia de Manuel Gusmão, A terceira mão (Caminho).

Pelas 18h30, na sala Carlos Paredes, estarão presentes António Guerreiro, Fernando Cabral Martins, Gustavo Rubim, Helena Carvalhão Buescu, Kelly Basílio e Paula Morão para partilharem as suas leituras acerca da obra do poeta e teórico da literatura. Estes autores, entre outros, assinam textos no livro de homenagem Poesia e arte, a arte da poesia, homenagem a Manuel Gusmão (Caminho) que também será lançado no local.

02 abril 2008

Asas sobre a América: Carson McCullers

Amanhã, pelas 18h30, Inês Pedrosa falara sobre Carson McCullers, prosseguindo o ciclo Asas Sobre a América, na FLAD.

Sobre a(s) crítica(s)

Ainda no seguimento do debate gerado pela última sessão dos Livros em Desassossego, um texto que vale a pena ler: no blog do Guardian, Molly Flatt reflecte sobre as fronteiras entre a crítica a que poderíamos chamar 'académica' e a crítica a que poderíamos chamar 'jornalística' e sobre as potencialidades dos blogs enquanto plataforma de diálogo, ou mesmo de entendimento, entre ambas.

01 abril 2008

Novas leituras

Enquanto aguardamos (com impaciência, com impaciência) o regresso da revista Ler, já podemos acompanhá-la em blog, o que atrasa um bocadinho o problema das prateleiras...

Outra chegada, que muito se saúda, aos blogs é a de Isabel Coutinho e as suas Ciberescritas (que podem ler-se no Público desde 1996). Para seguir aqui.

Evocação de Ruy Belo II

«Em cima de meus dias»



Uma aquisição recente na Feira do Livro Manuseado da Assírio.
(Poemas de Ruy Belo, ditos por Luís Miguel Cintra, Assírio e Alvim/Sons)

Evocação de Ruy Belo

Hoje, pelas 18h30, na Fnac do Chiado, José Tolentino Mendonça e Duarte Belo participam na 'Evocação de Ruy Belo', organizada pela Assírio & Alvim nos 30 anos da morte do poeta de O Problema da Habitação.

Questões do Génio

Cito um post de Luís Mourão, no Manchas, que aponta para uma questão essencial: quais são os argumentos válidos para se considerar genial um texto ou um autor?
«Há uma falácia demasiado comum em estudos literários e que aparece em todo o seu esplendor neste livro de Filomena Mónica: é a que consiste em sublinhar o génio de um autor por cotejo com a paupérrima produção da sua época. Como se para a literatura fosse condição suficiente ter um olho em terra de cegos. Ou como se me valesse de alguma coisa ser o maior escritor da minha rua.»
O grande livro sobrevive ao seu tempo, é consensual. Até ao séc. XX ainda se acreditava nas obras por descobrir, nos grandes autores que teriam passado despercebidos. Hoje, muitos já não o consideram possível. Mantenho o cepticismo acerca de tal convicção. Mantenho a esperança de que o tempo e a história, nas suas variações, ainda possam descobrir génios incompreendidos.
Há também quem argumente que as obras que são lidas por muitos não podem ser ignoradas. Muito discutível, por si só. Mas se a esta tese lhe acrescentarmos o tempo? Se reunirmos a recepção continuada com a resistência prolongada ao silêncio?
O neo-pragmatismo rortyano sustentava esta posição. E o que dizer da influência da academia, do poder de quem faz opinião e recupera efemérides? O que dizer da contingência? Existe génio, se silenciado? Existe génio, se ainda um leitor o lê apaixonadamente?
Cesário Verde resiste, ainda?