Entre um aguaceiro e uma aberta solarenga, o Cadeirão lá foi até ao Parque Eduardo VII. Sem fugir aos rituais de sempre, houve passagem obrigatória pelos alfarrabistas, pela tenda dos pequenos editores e pelas editoras de sempre. Mais do que um momento para descobrir novidades, a Feira é sempre uma boa altura para relembrar catálogos e títulos mais antigos, quase nunca visíveis nas livrarias e quase sempre a preços simpáticos. Foi assim que da Antígona veio O Comércio da Literatura, de Manuel Portela, que a minha biblioteca andava a reclamar desde o lançamento. E da banca da Letra Livre, duas edições velhinhas da & Etc: O Eubage (Nos Antípodas da Unidade), de Blaise Cendrars, e Zaroff - O Jogo Mais Perigoso, de Richard Connel, um livro que não pensei encontrar disponível. Cavalo de Ferro, Tinta da China, Cotovia, Relógio d'Água e Quasi terão as suas visitas mais tarde. Assim não se arruina uma família logo no primeiro dia da Feira... Na Assírio & Alvim não chegou a haver compras, mas houve conversa prolongada com quem sabe de livros e tem histórias para contar. A Feira e os livros também se fazem disso, de conversas, memórias e experiências.
A tão falada praça Leya viu-se de passagem, entre a subida e a descida, e não impressionou. Bem sei que o preconceito (aqui entendido também no sentido etimológico do termo) não torna a visão mais límpida, mas ainda assim, a dita praça não impressionou de todo: os caixotes ainda por abrir foram apenas um pormenor sem importância; já o facto de olhar para os pavilhões, maiores do que os outros - mesmo sem fita métrica, é óbvio - e não só não distinguir umas editoras de outras como ainda por cima ficar com a ideia de que há poucos livros, pareceu estranho. Pensar que há ali editoras com catálogos extensos e de referência e só conseguir vislumbrar capas expostas e pouco mais causa estranheza. Se calhar é má vontade, se calhar foi por ser o primeiro dia; dou o benefício da dúvida e volto lá durante a semana para confirmar.
25 maio 2008
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1 comentário:
não sei se é má vontade também, mas senti o mesmo: olhei para aquilo tudo e não vi nada: livros só os dos "top", os que estão vendidos à partida.
a praça leya não me pareceu mais do que um shopping ao ar livre e com a mesma oferta de livros que me faz fugir de mtas livrarias. sim, tem saragamo e lobo antunes e etc, mas essa oferta é o que se encontra todo o ano em todo o lado.
aquilo não é a feira.
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