
Eu já o li e garanto que mesmo quem não se dava muito bem com equações de segundo grau ficará versado (ligeiramente, é certo) em temas tão aparentemete inacessíveis - e com nomes tão sonoros que parecem, só por si, misteriosos - como a sucessão de Fibonacci, o número de ouro ou a tira de Mobius. E temas mais prosaicos, como atacadores de sapatos ou fatias de bolo rei, também revelam a sua beleza, tranfsormando o quotidiano numa espécie de palco científico que não deixará ninguém voltar a usar a faca de cozinha com a mesma indiferença. Sobretudo, para além do muito que se aprende, os temas matemáticos surgem sempre em relação com o mundo que os rodeia, que lhes dá contexto ou que os origina, e isso abre caminho para uma forma muito diferente de olhar para a matemática. Seria muito fácil perder-mo-nos ao ler um texto onde se explica a geometria do pentagrama, as relações entre os seus ângulos e os seus vértices e a possibilidade de construir novos pentagramas a partir do inicial; mas se essa geometria for abordada, como neste livro, partindo da relação com o homem de Vitrúvio, o tema torna-se muito mais interessante e os esforços para acompanhar raciocínios nem sempre acessíveis ao leitor vêem-se recompensados.
Sem comentários:
Enviar um comentário