02 janeiro 2008

Negócios editoriais



O Jornal de Letras traz hoje um dossier sobre a concentração editorial, vulgo, os negócios que têm movimentado o panorama das editoras portuguesas nos últimos tempos. Da leitura, muito útil para perceber o que se passa com tanta compra e venda, sublinham-se as palavras de José Afonso Furtado:

"Nada me garante que estas apostas, por mais bem intencionadas que sejam, por mais juras que haja de amor eterno, continuem o investimento, se as taxas de lucro baixarem. Há o perigo de em vez de esperarem uns anos para venderem a galinha gorda, fazerem-no logo que comece a definhar. A lógica é puramente financeira e não cultural."

"O consumidor, ao contrário do que pensa a associação que os defende, é tanto mais defendido quanto maior for a oferta e maior a mistura de oferta de qualidade com outra de menor qualidade, o que é característica de um mercado saudável. O que se verifica é uma enorme concentração a nível da distribuição e do retalho e isto que já é um problema vai ser agravado com os grupos editoriais, com grande capacidade de negociar com as livrarias; poderá sobrar muito pouco espaço para as pequenas e médias editoras, onde tradicionalmente se renova a edição. E isso é verdadeiramente assustador."

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