"Nascemos para o que nos rodeia vezes sem conta. Em cada renascimento há um estendal de coisas novas à nossa disposição que produzem a nossa vida. E outras coisas tomam inédita postura ou fingem escondimento e sorvem da nossa vida. São os nomes que nos ligam às coisas. E toda a vida aprofundamos, ampliamos, compreendemos, explicamos essa estranha e familiar ligação, nunca concluída, com o nome que envolve cada coisa, 'o espantoso nome que damos às coisas'. E com o tempo percebemos que a literatura é um habilidoso e multifacetado artefacto que toma os nomes e, a partir deles, conduz ao mais íntimo coração das respectivas coisas."
Manuel Hermínio Monteiro, "Uma Rara Magia", in Ler, nº13, Inverno 1991
03 junho 2008
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