"O anjo estava calado. O silêncio estendeu-se por tanto tempo que eu me esqueci da sua presença.
Quando voltou a falar, assustei-me.
- O que estás a pensar é sacrilégio - disse ele.
- Sabes bem que não servirá de nada e que não voltarás a ver essa rapariga. Sabes bem que ninguém pode entrar no coração de outra pessoa e unir-se a ela, nem sequer por um breve momento. Mesmo a tua mãe deu-te apenas um corpo. e quando começaste a respirar, não foi ar que inspiraste, mas solidão."
Annemarie Schwarzenbach, Morte na Pérsia (Tinta da China, trad. de Isabel Castro Silva, p.128)
17 julho 2008
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