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Faria hoje 71 anos se o coração não o tivesse atraiçoado, à porta de uma livraria, já lá vão treze anos.
O site da Assírio e Alvim lembra o autor de A Musa Irregular e destaca os seus livros. O Cadeirão Voltaire presta a sua singela homenagem com a leitura de um poema.
PRANTO POR MANUEL DOALLO
Podia-se ter esborrachado qualquer 23 de Agosto
véspera do San Bartolomé e ele na moto
correndo de Vitoria para as mozas de Ourense
e para as tazas em que era ainda mais exímio
e deixa-se morrer unha serán poñamos
por caso desolada agora pai de filhos
a última queixa: que lhe doía um braço
em troques há tanto sacana que parece de ferro
vaite ó carallo ó morte que me levas
o meu primo galego Manuel Doallo
morte merdeira
coisa ruim de cinza e névoa e cinza
nem nunca nestas terras se me eu lembro
houve um outro rapaz de tanto garbo
como il que era cáseque um rei e querem
que eu o chore e ao coração coitelo?
barqueira que mo levas puta infame
eu berro e berro à soedá do rio
Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante, 1982
(in A Musa Irregular, Edições Asa, 1996)
1 comentário:
já não há escritores assim
melhores?
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