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O Pequeno Fantasma, de Orfried Preussler, foi o primeiro livro da colecção a chegar-me às mãos. E a história de um fantasma que habitava um velho castelo e não compreendia porque é que só à noite podia exercer os seus dotes de assombração conquistou a minha devoção à colecção Arlequim. Assim, entre aniversários e natais, seguiram-se mais títulos. Konrad ou O Menino Que Saiu de Uma Lata de Conservas, de Christine Nostlinger, que para além da hilaridade de uma lata de conservas a guardar uma criança (teoria muito mais apelativa do que a história das cegonhas... afinal, nunca se viam cegonhas nos céus de Queluz, e latas de conservas havia-as por todo o lado), oferecia uma certa afirmação de personalidade, mais preocupada com aquilo que somos do que com aquilo que os outros pensam de nós, lição impagável para o crescimento que se desenrolava. Jim Botão e Lucas o Maquinista, de Michael Ende, com a locomotiva Emma levando os dois protagonistas por locais de aventuras, bem como Um Gnomo na Corte do Rei Dólar, de Upton Sinclair, trazendo o tema da devastação das florestas, que na altura parecia tão fantasioso como os gnomos, e falando de ganância e de solidariedade. E, claro, o memorável Emílio e os Detectives, do alemão Erich Kastner (entretanto reeditado na Vega), uma das mais sólidas memórias que guardo da infância e também um dos livros mais importantes do meu percurso de leitora.
Imagino que alguns destes livros tenham esgotado, ou que ainda sobrem exemplares nalgum armazém perdido. Imagino também que a sua reedição não seria disparatada. Se algum editor se quiser aventurar...
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